sexta-feira, 24 de março de 2017

A calma

Uma vez escutei que a paciência é um super poder. Pensando bem, é uma coragem puramente humana.
Manter a calma na vida é a essência de tudo. É ser forte, é o olhar sereno diante da tormenta, é a certeza de que tudo é efêmero, e que um dia esqueceremos e seremos esquecidos. Para que então esse desassossego? Eu recuso a angústia. Quero ser poeta do contentamento. A felicidade é só uma questão de ser, então escolho ser feliz com o coração repleto de gratidão. A vida são apenas alguns segundos de um tempo infinito, e eu entrego minha vontade, o que tiver que vir, que venha...estarei de braços abertos pra ansiosa solicitude da vida.

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2017

A felicidade



Hoje a felicidade me acordou mais cedo. Como é bom quando a quietude é nosso despertador matinal. Dizem que a alegria é só um detalhe, então hoje sou um homem detalhista. Valorizo os sorrisos sem motivos, a segurança de se estar no caminho certo mesmo quando erro. Porque a serenidade da alma é conquistada, e isso leva tempo. Que satisfação é o olhar de maturidade para o futuro, é como profetizar sem palavras, sem medo do porvir.  E o coração, hoje mar calmo, mas outrora ventanias e temporais. Tornei-me bom marinheiro, com a ajuda dos céus e das poucas pessoas a quem devo gratidão. Descobri então que ser feliz não tem relação com o que possuo, e sim com o quanto sou grato pelo que possuo.

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2017

Ouçam a marcha fúnebre, avançando silenciosamente por entre as desilusões. Ouçam o barulho das lágrimas escorrendo no rosto e caindo ao chão. Ouçam o silêncio ensurdecedor da culpa. Ouçam as milhões de vozes imbecis ecoando pelo mundo. Ouçam as opiniões grotescas fervilhando nos corações confusos dos que não tem nada a dizer. Ouçam o grito desesperado da criança que foi roubada de sua própria infância. Ouçam o discurso mentiroso do egoísta. Ouçam as promessas vazias perdidas na escuridão. Ouçam!!

terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

Como se as coisas que eu falo fizessem algum sentido..nunca fizeram. Hoje me encontro ainda mais confuso, tudo me foge, até as palavras que vinham fáceis, agora são escritas com sangue e lágrimas. A poesia se foi, o sorriso quase infantil ao final de uma sentença nao existe mais. Já não sei quem sou..Caminho cambaleante entre as vielas escuras e sujas de lembranças esquecidas, sigo errante, tropeçando em meus próprios arrependimentos inconfessáveis. Sem pensar no destino, o olhar é vago. Vazio. Quase imperceptível aos outros. Até aqui sou apenas incertezas, um homem desacreditado e doente. Espero por algo que não talvez nem exista, mas que faça algum sentido nessa confusão de sentidos e una o passado tão longínquo com o futuro incerto.

sexta-feira, 27 de abril de 2012

Barba por fazer, o olhar vago, doente, fraco perante as incertezas. O dia está quente, o suor escorrendo na testa denunciando o desconforto em que me encontro...espero pacientemente a noite chegar, implacávelmente trazendo os medos incofessáveis do homem só. Mas sem explicação alguma me sinto a própria escuridão emergido em sentimentos que a boca não ousaria verbalizar...

sexta-feira, 23 de março de 2012

Cá estou eu de novo. Despido de toda dissimulação, de todo teatro vulgar e barato. Fracassado. Olho-me no espelho, desvio o rosto do meu próprio reflexo envergonhado, derrotado. Muito tempo se passou, e minha maior confissão permanecerá silenciada e minhas memórias intactas. Os mesmos fantasmas, que já conheço muito bem, resistem à grande prova do tempo. Perambulando sorrateiramente no canto mais escuro e escondido dos sonhos, sussurram lembranças nunca vividas, plantam os piores sentimentos, a dúvida e o arrependimento. Afasto-me de tudo, e espero pacientemente o fim dessa jornada não tão épica assim...

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

O homem que nunca dormiu.

Nunca conseguiram explicar sua doença. Uma anomalia que a ciência médica admitiu não ter respostas.

Amir Cunha escondeu seu problema quase sua vida inteira. Quando pequeno não entendia porque todas as pessoas morriam durante a noite. Isso apavorava o menino com então quatro anos de idade.

- Já para cama, filho!

- Mas mãe, eu não consigo dormir. – dizia Amir com cara de choro.

- Fecha os olhos que o sono vem. – a mãe encerrava a discussão com esta sentença.

Amir deitava em sua cama, fechava os olhos, e fingia estar dormindo quando sua mãe vinha dar o beijo de boa noite. A madrugada era longa e o sono não vinha. Para passar o tempo pintava figuras, fazia os deveres de casa, desenhava sempre um bonequinho em forma de palito dormindo em uma cama imensa toda ornamentada. Conforme ia crescendo, passava a noite toda lendo diversos gêneros de livros principalmente ficção. Adorava Edgar Allan Poe, Agatha Christie, e um dos seus prediletos era O velho e o mar de Ernest Hemingway. Amir amava o velho Santiago de Hemingway, personagem que travava uma batalha épica para capturar um peixe enorme em alto mar. Amir compartilhava suas angústias e medos e admirava sua coragem e insistência. Parecia até que o conhecia pessoalmente, pois lera o livro diversas vezes.

Amir arriscava escrever algumas coisas, não se considerava um escritor, mas alimentava um sonho de publicar um livro algum dia e fazer grande sucesso. Em uma noite escura e silenciosa, começa a escrever quase instintivamente com um lápis na contracapa de um de seus livros: “Enquanto todos dormem, meus olhos continuam abertos, o corpo e a mente inquietos, dando forma à minha insônia.” Sua mãe sempre o elogiava dizendo que era muito inteligente, e aprendia com muita rapidez as disciplinas da escola. Ela nunca soube que Amir ficava acordado todas as noites e combatia o tédio estudando. Pegou o gosto pelos estudos naquelas noites solitárias e nunca adormeceu nem uma vez sequer. Ele escondia isso de sua mãe, pois sabia que ela não iria acreditar nele.

“Eu nunca vi nada parecido em toda minha vida, Amir. A falta de sono não afeta a sua regeneração celular. O seu corpo não precisa de descanso e seus exames deram todos normais.” – disse o médico com o olhar cético por cima dos óculos de armação preta. Amir, com 23 anos de idade, sentado em um consultório médico buscando respostas para sua peculiaridade. Já na saída da sala de consultas, Amir vira para o médico e diz: - Por favor, Doutor, não conte a ninguém.

Os exames podem ter dado todos normais, mas Amir não se sentia feliz. Era alguém muito sozinho, acostumara com a solidão, pois sempre passou suas noites fingindo estar dormindo. Tinha o costume de deitar com a lanterna apoiada no seu ombro direito enquanto mergulhava na leitura incansável de pilha de livros dispostas em estantes espalhadas pelo quarto. Quando alguém o visitava a admiração era inevitável: - “Nossa, Amir, seu quarto parece mais uma biblioteca!” Ele se orgulhava de sua coleção. Dizia que amava a companhia de seus livros.

Os dias de Amir passavam rápido. Ele trabalhava em um escritório de advocacia como estagiário no décimo quarto andar de um prédio com aparência antiga localizada no centro do Rio de Janeiro. No prédio não existia o décimo terceiro andar e isso sempre intrigou Amir. Não era um homem supersticioso e se pudesse escolher trabalharia nesse andar fantasma. Era um bom aluno de Direito cursando o último ano. Lia e relia o Vade Mecum em suas noites acordado.

Sophie era sua amiga desde o primeiro semestre do curso. Já no primeiro dia de aula sua beleza chamou a atenção de Amir. Morena, de estatura mediana, olhos verdes, grandes e vivos, seu rosto era delicado, sua expressão era leve e acessível. Amir em todos os anos de estudos não teve coragem de chamá-la para sair, mas nesse último ano prometeu para si mesmo que tentaria.

Nos últimos dias de faculdade, Amir chamou Sophie para sair. Ele foi surpreendido com sua resposta: “Esperei por esse convite desde o primeiro dia do curso.” Amir quase morreu de vergonha, e arrependimento, pois perdera cinco anos de sua vida por medo de conquistá-la.

O casamento aconteceu, ele parecendo um pinguim e ela toda deslumbrante de branco.

No começo Sophie não sabia do problema de Amir, mas ela percebeu que quase todas as noites quando acordava de madrugada ele não estava dormindo e muitas vezes nem estava na cama. Encontrava-o assistindo TV, ou lendo sentado no sofá da sala de estar ao lado de uma luminária verde. “Vem dormir querido” - chamava Sophie carinhosamente. Então Amir voltava para cama e fingia dormir até amanhecer.

Em uma madrugada gelada de inverno, Amir estava sentado no mesmo sofá se imaginando a bordo daquele pequeno barco de pesca junto com o velho Santiago quando Sophie aparece e antes da esposa perguntar o porquê de estar acordado se adianta e diz: “Amor, sente-se aqui ao meu lado, preciso te contar algo muito importante.” Amir contou tudo à esposa, que escutou calada e com uma expressão que misturava espanto e ceticismo. O dia amanheceu enquanto Sophie esboçava uma reação dizendo que não tinha problema, e que iriam se adaptar a essa situação. Que ela seria compreensiva e deixaria Amir ler à vontade durante a madrugada, mas com uma condição: ele teria que mudar a luminária para o criado-mudo do quarto.

Amir e Sophie decidiram então ter um filho. Alguns meses depois nasce uma filha linda, com os olhos da mãe. Tocar pela primeira vez no rostinho angelical daquela criatura minúscula e frágil é uma emoção como nenhuma outra no mundo. Na maternidade Amir a segurava no colo, e se perguntava se ela teria herdado a mesma peculiaridade dele.

Na volta para casa, Amir estava obstinado a sanar sua dúvida. Ele prestava todos os cuidados ao bebê durante a madrugada. Trocava fraldas, cantava canções de ninar, e dava a mamadeira. Nas primeiras semanas ele percebeu que sua filha chorava muito durante as noites. “Querido, isso é normal, todo bebê chora muito. Não se preocupe que ela não herdou sua doença.” – Com uma certeza na voz, Sophie tenta acalmar a ansiedade de Amir.

Mas ele não gostou de ouvir que tinha uma doença. Isso o feriu no fundo do seu coração, mas não disse nada à sua esposa. Ele apenas queria ser normal. Queria deitar na cama depois de um dia de trabalho e dormir o sono dos justos. Desejava adormecer nos braços de sua amada e sonhar. Ele nunca havia sonhado na vida. Sophie tentava explicar como era a sensação de estar dentro de um sonho e isso só o fazia odiar ainda mais sua anomalia. O velho pescador Santiago o encantava, pois era um sonhador. Sonhava com a África, com as extensas praias de areias brancas, e em seus sonhos podia ouvir o barulho das ondas, e sentir o cheiro daquele país majestoso. Amir talvez invejasse Santiago. Queria ter a vida simples daquele pescador.

O verdadeiro pesadelo de sua vida começou em uma semana quando sua filha já estava com oito meses de idade. Ele resolveu passar a noite inteira sentado ao lado do berço observando atentamente os pequenos olhos esmeralda da filha. Algumas horas pareciam fechados e dormia como um anjo. Mas em um determinado momento, naquelas noites de profunda angústia no coração, a verdade veio à tona. Sua filha não dormia! O corpinho ficava imóvel no meio do berço, mas em nenhum momento aquela criança adormecia. Amir chorou. Quando Sophie acordou pela manhã, ela apenas o abraçou e não perguntou nada. Já sabia o porquê de suas lágrimas.

Os dias se passavam todos iguais para Amir. A tristeza crescia em sua alma. Não lia mais seus livros. Apenas fitava o vazio com um turbilhão de pensamentos desconexos jorrando ininterruptamente em sua cabeça. Sua esposa tentava animá-lo dizendo que ela iria crescer e se tornar uma mulher muito inteligente e que mudaria o mundo com seus feitos. Mas nada disso adiantava. Sophie estava ficando preocupada. Tentou marcar uma consulta com o médico da família, mas Amir não comparecia ao consultório. Ele estava com depressão. Não comia mais, conversava muito pouco com Sophie. O casamento já não estava indo bem. Amir emagreceu. Sua expressão era cansada e seus olhos sem brilho.

Na manhã negra de segunda-feira, o céu estava completamente nublado e caía uma chuva fina. Sophie acordou mais uma vez sozinha na cama. Sentia falta do marido quando se levantava todos os dias, mas não verbalizava esses segredos para não deixá-lo ainda mais triste. Quando foi para cozinha fazer o café, Amir já estava arrumado para trabalhar. Estava sentado na mesa ao lado do balcão, com o olhar distante e fixo no chão. Sophie estava de licença maternidade e ficava em casa cuidando de sua filha. Amir tomou em silêncio um café preto, e deu um beijo um pouco mais demorado em Sophie. Ela estranhou, mas ficou feliz, pois o que ela mais desejava era ter um casamento satisfatório.

Entrou no elevador e apertou o botão para o décimo quarto andar. Aquele dia ele não pensou no andar fantasma. Abriu a porta do escritório e sentou em sua mesa. Ficou alguns minutos apenas pensando. Parecia sonhar igual ao velho Santiago. Imaginou sua infância, seus brinquedos prediletos, sua mãe, seu pai sempre ausente, o casamento com a mulher dos seus sonhos, e a alegria no dia em que sua filha nasceu. Levantou-se da cadeira, e caminhou até a janela. Observou os carros, as buzinas tocando inutilmente, as pessoas caminhando com pressa. Não pensava em mais nada. Subiu no parapeito da janela. Sentiu o vento em seu rosto e os pingos da chuva em seus lábios. Sua respiração era forte. Amir fechou os olhos, prendeu o ar em seus pulmões e pulou para o seu destino final. O chão se aproximava lentamente de Amir, e enquanto não se cumpria aquela tragédia o rosto de sua filha era lembrado, cada traço desenhado com tamanha perfeição, as bochechas rosadas, o olhar inocente, a mãozinha apertando seu dedo indicador. No último segundo antes do seu rosto tocar a calçada dura e fria, Amir adormeceu pela primeira vez.


quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Enquanto todos dormem, meus olhos continuam abertos, o corpo e a mente inquietos, dando forma à minha insônia...

sábado, 18 de junho de 2011

Sonhos

Olho o relógio na parede do quarto, poucos minutos para meia-noite...estou ansioso, meu coração agitado entregue ao barulho do mundo...preciso me acalmar, desacelerar as ondas incertas que passeiam pela alma...começo então a me desprender de tudo...desligo a luz, a tv, a música, os pensamentos, os sentimentos...deito-me inerte, sou todo silêncio, sou todo o universo, estrelas, astros e mundos desconhecidos..passo a viajar na velocidade da luz, naves espaciais, a aventura tão esperada pelo raça humana...a paz, a calmaria, o mar, meus pés tocando a areia branca da praia...fecho os olhos lentamente, o sono, a entrega total, simples assim, sem rodeios, sem complicações, sem guerras inúteis, sem fanatismo..apenas eu, sozinho, sem artifícios baratos...uma última idéia me ocorre, queria que o mundo fosse mais assim...todos entregues em harmonia perfeita...enfim..as pálpebras pesam e as palavras deixam de se associar livremente em minha cabeça......vácuo.......sonhos, sonhos, sonhos...o vazio...me desligo.

terça-feira, 17 de maio de 2011

Busco no incógnito da alma memórias arquivadas amareladas pelo massacre imperdoável do tempo, aperto rewind no controle remoto e assisto a tragédia do desencontro, onde a distância, império da saudade, é o protagonista do filme épico da vida. O peito dói em nostalgia, mas caminho feliz, estou exatamente no lugar certo!

sábado, 16 de abril de 2011

Ao teu encontro sempre

Aqui estou, despido, nu, livre de todo rótulo ou gênero, nada me classificando, me definindo...sou apenas verdades, exposto sem máscaras, sem maquiagem...enquanto associo livremente as palavras, brincando, eu dou uma espiada pra dentro de mim mesmo...como é difícil para alguns fazer isso, mas quando olho meu passado vejo que fui corajoso, enfrentei com a força e a alma de um guerreiro. Simplifiquei minha vida, reeinventei meu eu, e hoje exalo felicidade, posso passar um dia sozinho trancafiado em meu quarto, mas meu coração não está mais ansioso, mesmo nessa distância passageira o maior de todos os sentimentos cuida de mim. Levanto minhas mãos para os céus,agradeço a Deus e com um sorriso largo eu vou ao teu encontro...

terça-feira, 12 de abril de 2011

Ode ao amor...

Como se fosse possível nao soar piegas, mas o amor me curou. Ah! Esse amor que me fez livre, que me fez sonhar sobre terras distantes, Reis e Rainhas...então cuido com tamanho zelo, pedra preciosa, jóia rara, meu coração rubi entregue ao verde profundo dos seus olhos esmeralda, nosso amor diamante fonte de prazeres incontáveis, infinito e imutável, apenas me deixo cair nos seus braços solícitos, e nossas peles se encontram dançando a música dos corpos apaixonados, minha boca sorvendo o mel mais puro...nos derretemos, nos tornamos um só, o universo aplaude, e explode em gritos, cores, fogos de artifício...

terça-feira, 15 de março de 2011

Happiness


piquenique na beira do rio.

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Fim de tarde, o coração pulsa ansioso...te procuro em cada esquina, em cada rosto, em cada canção de amor...a saudade caminha sempre ao meu lado, sussurrando a sua falta...

sábado, 18 de setembro de 2010


...Saudade é amar um passado que ainda não passou,
É recusar um presente que nos machuca,
É não ver o futuro que nos convida...

Pablo Neruda

sábado, 4 de setembro de 2010

O fim

Eu já estava cansada de muitas coisas, das noites em claro, da angústia sem fim, a tristeza tomava níveis que eu nunca havia imaginado, era profunda, insuportável, o choro era constante, eu estava aprisionada dentro de minha própria mente, os pensamentos eram só negativos,travava uma batalha virtual todos os dias. As pessoas nem desconfiavam.

Naquela noite eu estava sozinha em casa, a luz fraca tremulava no abajur velho em cima do criado-mudo, meu rosto estava todo banhado em lágrimas, meus olhos vermelhos inchados...eu rasgava com raiva meus medicamentos, os comprimidos caíam no chão todos de uma vez..Corri para a cozinha, peguei uma faca, precisava me sentir viva. Fiz um pequeno corte no pulso, queria ver o sangue escorrer pelo braço, queria sentir dor, mas nunca era maior do que a dor do peito...Já estava tudo planejado naquela noite. Seria no banheiro, na sala, ou no quarto mesmo? Olhei a corda já amarrada com força em uma pedaço de madeira que eu mesma preguei em cima da cama. Não queria correr o risco de arrebentar. Foi tudo certificado, pensado. Coloquei a carta de despedida escrita a próprio punho embaixo da corda. Eu apenas pedia perdão.

Chegou o momento negro, subi na cadeira, cabeça dentro do nó, respirei fundo, o olhos vagos, um turbilhão de lembranças ruins de minha própria vida invadiram aquele último minuto. Pulei. Ainda consegui ouvir o barulho do meu pescoço quebrando, tão frágil, minha visão foi escurecendo como o final de um filme. Desfaleci.

Foi apenas um sonho, nos poucos momentos de sono que tenho, preciso manter a fé, preciso acreditar que vou voltar a sentir paz. Vivo um dia de cada vez, com muita dificuldade, não é fácil todas as noites você ser a única pessoa acordada.

"ficção viu?"

sábado, 21 de agosto de 2010

...minhas palavras são janelas que me levam até você...lá fora a chuva cai com força, o quarto é escuro, a solidão é insuportável...o medo me consome, o sentimento de perda é constante...confesso que eu mereço o seu desprezo e eu aceito com dor que nunca mais vou ter ver como antes. O barulho do trovão é assustador, meu peito desfalece, não quero morrer sozinho, já me sinto velho e cansado mesmo sendo tão jovem...não acredito que vou passar nessa vida sem ter feito algo para ser lembrado. Hoje sou um fantasma destinado a vagar sem rumo certo, carregando a tristeza, carregando você aqui dentro aonde eu for...eu m entrego, meu amor, me entrego ao esquecimento, estou completamento perdido sem você....

Timotheo Corrêa

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Onde morrem os sonhos...

Era uma manhã, sempre qualquer, os dias são todos iguais aqui não sei bem onde...alguma coisa está errada, com certeza...entro no escritório, ligo o computador localizado no meio de uma pilha de livros, artefatos antigos e esculturas em bronze de animais...começo a escrever um texto deprimente, daqueles que não dá nem vontade de terminar a leitura. Mas subitamente, apago tudo, entendi que essas letras atrairiam mais tristeza, estou farto de sublimar conteúdos internos, pareço uma canção de ninar tocando incessantemente com o objetivo de torturar alguém...fui longe demais...não enxergo o limite quando cruzo por ele, sempre foi assim. Meu comportamento prova o que estou dizendo.
A tela em branco, esperando para ser pintada, fitei pensativo por quase trinta minutos, o famoso filme de nossa vida reprisou na minha mente, procurei algo razoavelmente aceitável, que demonstrasse que estou ótimo, que me tornei um homem adulto, centrado, moderno, mas não encontrei, estava faltando algumas partes no meu rolo de filme...resolvi deixar como está, em branco, eu não tinha nada para escrever naquele momento, apenas arrependimentos e isso eu já estava cansado...

terça-feira, 3 de agosto de 2010

domingo, 18 de julho de 2010

Hoje eu só procuro a minha paz!!!

foto: Oiapoque


quinta-feira, 3 de junho de 2010

Até o final da minha vida.

No peito levo a saudade que me consome todos os dias, seu nome gravado pra sempre aqui dentro, inevitável, aonde vou carrego você com alento. Um dia não estarei mais sozinho nessa estrada, chegarei ao meu destino final, e lá vou estar acolhido pelo amor...apenas eu e você...

segunda-feira, 29 de março de 2010

Segunda-feira. A manhã está nublada, o sol tímido insistiu em sair mas devia estar com preguiça ou desanimado, assim como eu, e resolveu ficar em casa... Estou ensaiando uma ação, tentando visualizar meu caminho até o trabalho, ou então fingir um corpo inteiramente acometido por uma doença terrível, coitado de mim...Hoje eu só quero ficar nesse quarto fechado, ler um livro e tomar um bom vinho...mas nem de vinho eu gosto...a idéia apenas pareceu boa, substituo por um suco de uva e tomo em uma taça bem bonita...Apenas devaneando nesta manhã melancólica, sem vento, sem sol, sem ânimo...Me levanto, caminho pela rua, e distribuo sorrisos de bom dia para os conhecidos, sem importar se tenho empatia por eles ou não. O desinteresse é tão grande, que acabo sendo alheio as diferenças...

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Hoje a vida nos convida...





Passando essa semana em Anápolis, na formatura do meu irmão. Estou revendo pessoas tão especiais, e sentindo saudade de outras que moram longe daqui...A sensação que tenho é que somos uma grande família, eu me orgulho de cada um...
AMO VOCÊ, Tia Gleice, Tia Hosana,Eduardo e Leíze, Del, Érico (my nigga), Calebe, Loyde e Fei de Teo (Tristim =] ), Ivan...e várias outras pessoas...

quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

Em um cenário com quatro paredes, onde os únicos sons são de sussurros e ofegantes respirações, nosso cheiro exala como música, sensações indescritíveis invadem todo meu ser...Entrego-me! [Anne Caroline Menezes]

Feliz 2010. Muito amor à todos!

sábado, 31 de outubro de 2009

Final de semana passado, assistindo a dança do Turé na aldeia Tukay...
E eu continuo entediado...

sábado, 12 de setembro de 2009


Banho de rio hoje, para lavar a alma...pegamos uma canoa e remamos até uma praia que surge quando a maré seca...pena que não deu para levar a câmera...muito roots o lugar...
Esses na foto são alguns amigos meus...são índios... e o da foto acima ouve Nx Zero e quer fazer uma franja...estou tentando convencê-lo do contrário...




Paz!

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Matisyahu

Ouvindo muito Matisyahu...especialmente a música One Day, repetidamente...

"Sometimes I lay under the moon and thank God I'm breathing then I pray don't take me soon cause i'm here for a reason...sometimes in my tears I drown but I never let it get me down so when negativity surrounds I know some day it'll all turn around..."

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

As duas últimas semanas foram de pura angústia, o futuro sombrio e incerto, o desespero, a quase entrega...mas das profundezas eu clamei, levantei os braços para os céus, e então o alívio, a vitória...Deus havia me dado mais uma chance de recomeçar, e me fez lembrar qual é a minha luta aqui...Now I´m dancing my way back to Zion...
Agora o coração está em paz, o sorriso é singelo, estou no melhor lugar que eu poderia estar...no centro da vontade de Jah!!


"Jerusalem, if I forget you,fire not gonna come from me tongue. Jerusalem, if I forget you, let my right hand forget what it’s supposed to do."

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

“Eu sou um homem velho e passei por muitas catástrofes na minha vida, mas a maioria nunca aconteceu” Mark Twain.

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Vida, um sonho...

Desligo a TV, um imenso tédio, e vou dormir, sozinho, vazio...
Ao deitar, minha vida passa como um filme mudo, apenas expressões de todos os tipos...
A madrugada de segunda-feira foi calma, estava quente, apenas se ouvia o barulho insistente do ventilador velho ao lado da cama. Se eu pudesse escolher viveria por bastante tempo sonhando, a noite teve um sabor doce, meigo, sonhei com ela, com os beijos, com os olhares, que só os amantes poderiam entender...
Acordei pronto para a rotina daquela semana, não esperava despertar com tão bom humor... naquele dia percebi que a vida havia me dado mais um chance.......

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

"As grandes verdades só se comunicam através do silêncio." - Paul Claudel
(www.leilãodepensamentos.blogspot.com)

sexta-feira, 31 de julho de 2009

cinéfilo para sempre...


Alguns filmes são mais difíceis de achar nas locadoras...por isso resolvi comprar pelo telefone de uma empresa ae...Escolhi O iluminado e Laranja Mecânica, do mestre Stanley Kubrick...estou comprando todos os filmes dele....
O meu orgulho mesmo foi adquirir a trilogia O Poderoso Chefão (The Coppola Restoration)...e termino este post com uma frase da capa: " Vale por pelo menos um semestre na faculdade de cinema."
Exagero ou não, gosto da sensação....
Paz!

quinta-feira, 23 de julho de 2009

Kaleb

Final de semana em Macapá City...foi surreal rever um grande amigo meu de Anápolis, hoje morando aqui no Amapá...Kaleb Ruzicka...Grande Abraço!!!

Gym Class heroes!!

John, um dos melhores amigos aqui no Oiapoque e instrutor da academia...

sexta-feira, 12 de junho de 2009

Lá fora, a chuva...mas dentro daquele quarto o calor, feito noite estrelada de verão...os corpos se derretendo em suspiros abafados, o peito inteiramente disponível, olhares e expressões como linguagem silenciosa do amor. Preocupações, medo ou vergonha, não faziam parte do nosso repertório .Naquele momento movidos apenas por desejos velados na superfície de nossa pele, a vida pulsava em nossas bocas, e o tempo corria inutilmente...a única ansiedade era aquele encontro se desvanecer, e isso estávamos dispostos a evitar...por tudo de mais importante...só almejávamos acordar pela manhã com a vontade de repetir tudo de novo, e de novo, e de novo...

terça-feira, 19 de maio de 2009

"E enquanto os sonhos se debatem com a razão pelo trono da consciência, os sentimentos enlouquecem as emoções em busca da supremacia sobre o coração. (Trecho: Crônica da sordidez, por José Paulo de Andrade Filho)

sábado, 16 de maio de 2009

Hoje estou tentando me sentir mais leve...dissipando toda ansiedade e preocupação...estou cansando desse mundo de ilusões...como diz a Bíblia, tudo é vaidade e aflição de espírito. Hoje eu quero algo simples, despretencioso, verdadeiro...não quero sentar na roda dos tolos e nem beber no mesmo copo dos soberbos. Como dizia Sêneca.."É passageira a felicidade de todos esses que vês caminhar com arrogância."

quinta-feira, 14 de maio de 2009

“A fofoca é o mais desprezível dos vícios; pois, por não poder influenciar o espírito e o caráter dos sábios, rasteja como uma serpente venenosa e refugia-se na alma dos fracos, tolos e ociosos”

segunda-feira, 11 de maio de 2009

É como se fosse um rio, desconhecido, com suas curvas incertas e mistérios...talvez um dia eu consiga me explicar, mas por enquanto a única certeza que tenho é a beleza desconcertante e tão difícil de ignorar...e eu continuo remando nesse rio, não sei aonde chegarei, e nem muito importa, só sei que ainda não estou preparado para o destino que esse barco me conduz.......

quarta-feira, 29 de abril de 2009

Fabrícia...

Por trás do sorriso, a tristeza profunda...
Nas próprias palavras, expressas no silêncio de sua escuridão, ela se definiu como uma formiga, pequena e desprezível.
Naquele dia sombrio, nunca imaginávamos o que estaria por vir...em algumas horas todos nós iríamos chorar sobre cartas de despedida escritas a próprio punho...sorrisos de satisfação foram transformados em gritos agudos de desespero e de dor profanando os raios ardentes do sol enquanto caminhávamos no cortejo fúnebre pelas ruas da cidade.
Desceram o corpo, jogaram terra e flores por cima, e voltamos para as nossas vidas melancólicas cantando a música dos mortos em homenagem póstuma... " E quando a morte, enfim, me vier chamar, com serafins nos céus, irei morar..."

sábado, 11 de abril de 2009

Who Am I, that the eyes that see my sin, would look on me with love and watch me rise again. Who Am I, that the voice that calmed the sea, would call out through the rain and calm the storm in me...
(Casting Crowns)

quinta-feira, 9 de abril de 2009

No abismo...

Enquanto lá fora a loucura do mundo se torna estranha pra mim, eu me acalmo aqui dentro do meu próprio quarto. Eu não aprovo nada e nem desaprovo, apenas não me interessa. É momentâneo eu confesso, mas é preciso nem que seja por um minuto deixar de existir enquanto corpo e ser apenas um pensamento solto, livre, transcendente, nesse abismo abstrato que é o coração.

No abismo.. (Um sentimento bom)

Quando ela pensa nele tudo fica confuso, indecifrável. Não consegue entender o que se passa dentro do abismo do seu coração. Ele pra ela tem a mesma sensação de uma manhã chuvosa, preguiçosa, debaixo dos lençóis, em um quarto escuro com a pessoa amada ao lado e apenas sussurros de amor casando perfeitamente com o barulho da água escorrendo pela calha. O que antes era um sentimento acanhado, quase imperceptível, sem nenhuma pretenção, hoje se tornou um sentimento bom, e isso basta para ela, mesmo sabendo que seus caminhos não serão mais os mesmos...

foto: Olhares.com

sábado, 4 de abril de 2009

Noite de sábado...os corações batem descompassados. Solitários. Uma mistura de sentimentos diversos. Gargalhadas. Lágrimas. Pessoas buscando preencher lacunas no seu interior ou amenizar seus desejos. De longe a música alta, a dança, o suor...a distração. E eu aqui recluso, em um mundo só meu...e a canção que ecoa aqui dentro é calma, é lenta...é quase fúnebre...

foto: Oiapoque

segunda-feira, 30 de março de 2009

Fatal

O filme do mês pra mim se chama Elegy ou fatal na versão brasileira do título. Um dos melhores filmes de drama que assisti ultimamente. Ben kingsley e Penélope Cruz estão maravilhosos contracenando juntos. Em baixo segue a sinopse...
Sinopse: David Kepesh (Kingsley) é um crítico cultural de TV e astro literário de uma faculdade de Nova York. Sua vida era tranqüila até ele conhecer uma jovem estudante, de 24 anos, chamada Consuela Castillo (Penélope Cruz), que desperta nele uma obsessão sexual. David torna-se obcecado pela beleza de Consuela e tomado por um ciúme doentio. Com uma ternura, graça irônica e intensidade erótica, FATAL explora o poder que a beleza tem em cegar, revelar e transformar as pessoas.

terça-feira, 3 de março de 2009

O silêncio

É no exercício do silêncio que eu me sinto mais sábio. O barulho me ensurdece, eu perco a razão. É no observar que eu conheço as loucuras, os segredos nos recônditos do ser, o abismo da desilusão. No uníssono insano da multidão, meus pensamentos são quase únicos, eu transcendo, eu me encontro...

sábado, 28 de fevereiro de 2009

Eu e o meu brother Abel...

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

A jornada

Eu desbravo universos intocados, navego em oceanos de lágrimas, em grandes tempestades, piso em terras hostis, observo o passado maltratar o presente, na tentativa árdua de abortar o futuro. A jornada da alma não é fácil, é pra quem não tem medo de enfrentar a si próprio...

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Estou precisando de contradição!!



**Mosaico tirado do blog Zengzung, no qual gosto muito.

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Hoje não quero fazer sentido pra ninguém. Me sinto cansado, sozinho e sujo. Não reconheço meu reflexo, não consigo entender meus sonhos. Eu tenho colecionado histórias que não são minhas, eu acalmo o tormento das almas doentes, enxugo lágrimas e esculpo sorrisos em meio as lástimas. Isso sim importa, as vaidades deste mundo não me impressionam, a fama, os aplausos ou o que eles consideram bonito, não quero encaixar nos moldes. Hoje eu só quero ser eu mesmo.

Viagem ao passado...


Um pouco de nostalgia...
Meus bisavós no Rio de Janeiro, o ano da primeira foto é 1942 e a segunda é 1969.
Ele era dono de uma pequena loja de conserto de guarda-chuva. Inesquecível um do Homem-Aranha que ganhei de presente dele...

domingo, 8 de fevereiro de 2009

1986

Quando olho para trás, é fácil perceber quem sempre esteve ao meu lado...e sempre estará...


foto: eu, com 1 ano e 3 meses de idade.

sábado, 7 de fevereiro de 2009

Incertezas

Quem nunca teve uma semana complicada, cheia de incertezas e aflições?? Nós pensamos bastante no futuro talvez por medo dele..."Será que isso vai dar certo? E se não der? Vou ter que fazer isso ou aquilo." Sim, o futuro sempre vai ser duvidoso, sempre vai causar ansiedade...mas meu desafio diário é aprender a descansar em Deus..deixar nas mãos Dele meus planos...isso é extremamente difícil já que tudo gira em torno do nosso ego gigantesco, nessa ânsia insana de reconhecimento, de vençer nesse mundo competitivo......A semana acabou, e quem nunca sentiu aquele alívio por ter conseguido realizar seus intentos, é como se o ar voltasse para os seus pulmões e você respirasse de novo...Algumas vezes nossos projetos vão dar certo outras não...e após essa semana de luta só quero me mostrar grato a Deus por ter me ajudado em meus desígnios...eu sobrevivi...!

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Havia algum tempo que ele não a encontrava...mas aquele sorriso inefável no rosto dela era impossível esquecer, estava imortalizado em sua mesa de cabeceira. O seu quarto cinza opaco era uma descrição materializada do seu eu interior...era seu refúgio, uma penumbra medonha, mas ao mesmo tempo convidativa. Ali seus pensamentos voavam para longe, sua mente transcendia seu corpo, e após um hiato de idéias, ele saiu desse torpor e começou a refletir...pensou a vida como se fosse um tabuleiro de xadrez, onde todas as pessoas que conhece são as peças. A vida não é uma inércia, os relacionamentos nem sempre são para sempre, ou seja, a vida é movimento. Ele tinha que estar preparado para essa verdade. Seus amores passados, seus amigos, ou conhecidos não deixaram de existir, apenas mudaram de espaço, um ciclo, uns se afastam outros se ajuntam, mas todos estão no mesmo tabuleiro. Após uma breve pausa, ele se sentiu um pouco melhor, mas a saudade já havia feito morada em seu coração, e ele como a peça maior desse tabuleiro sucumbia a cada segundo, a não ser que.....
"Eis o desafio da vida: Desvendar o mistério que cada ser humano traz dentro de si." (Lygia Fagundes Telles)


foto: moradora de uma vila chamada Taparabú nas margens do Rio Oiapoque.

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009


Final de semana até mais ou menos...fomos visitar algumas escolas ribeirinhas e aproveitar um pouco a natureza aqui na região do Oiapoque...
foto: Prainha, pequena vila de pescadores.

terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Pensamentos antes de dormir.

Deitado nesse quarto com essa escuridão tão familiar, juntamente com minhas loucuras, insanidades, e pesadelos, eu viajo pela minha vida, relembro várias pessoas que passaram por aqui e deixaram algo, pode ser uma maneira de falar, algum jargão qualquer, uma música ou até mesmo uma visão de mundo e de homem diferente. Naquele momento entendi que sou a soma de todas elas, lógico que a última rematada do pincel é feita sempre por mim. Hoje me sinto alguém melhor do que fui um dia e meus sonhos deixaram de ser apenas sonhos...

sábado, 24 de janeiro de 2009

Asas...

Desde quando se lembra sua vida foi absurdamente normal. Trabalhava em um emprego medíocre que vez ou outra o pagava em mercadorias. Sonhava em fazer uma faculdade que rendesse um bom dinheiro no futuro, e que o fizesse voar com suas próprias asas. Era um garoto introvertido e de poucos amigos, mas com um coração brando.
Sua vida era um verdadeiro ostracismo, era assim que ele se sentia. Quando viu seus sonhos esvaírem pela falta de recursos, uma frustração descomedida apoderou-se da pobre alma. Passou então a viver seus dias com ansiedade e desânimo, com um olhar vago, mas de total desespero por dentro. A falta de oportunidade o havia feito ser o que é agora, queria voar, vontade ele tinha, mas se sentia sem opção, a vida para ele não seria tão fácil. Quando tomou consciência disso, uma profunda crise de existência já havia se instalado em sua mente...

(O final desse relato ainda não existe, mas espero que esse meu amigo vença seus medos, crie asas e vença os obstáculos que a vida impôs.)
**foto tirada no escritório de casa

domingo, 18 de janeiro de 2009

O que somos hoje é uma consequência do nosso pensamento de ontem, e o nosso pensamento presente constrói a nossa vida de amanhã: a nossa vida é uma criação do nosso espírito.

(Pali Tripitaka)

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

O Escafandro e a Borboleta

O filme do mês pra mim é O Escafandro e a Borboleta...
Ainda não me acho preparado para tecer ricos comentários sobre filmes, apesar de uma voz lá no fundo do meu ego dizer que sou...por isso deixo aqui o link de outra pessoa, tão cinéfila quanto eu... =]
http://diadefolga.com/o-escafandro-e-a-borboleta/

"Decidi parar de ter pena de mim mesmo. Além do meu olho, há duas coisas que não estão paralisadas: minha imaginação e minha memória."(Jean-Dominique Bauby)

Título Original: Le Scaphandre et le Papillon
Gênero: Drama
Ano de Lançamento (França / EUA): 2007

Sinopse: Jean-Dominique Bauby (Mathieu Amalric), editor da Revista Elle, sofre um derrame cerebral e, quando acorda do coma, o único movimento que lhe resta no corpo é o do olho esquerdo. Bauby aprende a comunicar-se piscando e recria seu mundo a partir do que lhe resta: a imaginação e a memória.

Paz!!

sexta-feira, 2 de janeiro de 2009

Um copo de vinho e um pouco de caos...

Passou o natal e o réveillon e não postei nada sobre toda essa confraternização mundial,também não postei nada sobre as novas regras do português, que por sinal não prestei atenção no telejornal, que em 2 minutos tentou nos reeducar, e por isso posso me considerar ruim na escrita a partir de 2009...Ah! E Feliz Ano Novo...muito caos na vida de todos nós...estou brincando!! Desejo muitos Blowjobs!!
Sério agora...Hoje depois do almoço, um colega, pai de família, se acidentou em sua moto...fui até o local, levar sua esposa, os bombeiros ainda não haviam chegado, ele estava estendido no chão, e em determinado momento, faltou oxigênio no cérebro, e começou uma convulsão, olhos virando, seguido de um relaxamento que logo pensei que estava presenciando sua morte ali diante dos meus olhos, foi estranho ver a vida se esvaindo do seu corpo e eu me sentindo sem defesa, querendo fazer algo,mas continuei ao seu lado com as mãos em sua barriga falando com o único capaz de soprar vida em seus pulmões....sua esposa em cima dele gritava, orando, e por um milagre de Deus, foi como se ele fosse puxado de volta para o nosso mundo...Essa cena ficou marcada em mim nesse primeiro dia de 2009..Quando cheguei em casa, pensei: Ué, mas h0je é o primeiro dia do ano, não era pra isso estar acontecendo com as pessoas, era pra estarmos sorrindo, abraçando nossos chegados, bebendo aquele vinho barato de prateleira de supermercado, mas para várias pessoas o ano começou da pior maneira possível, hospitais cheios...Agora são 1:33 da manhã, o dia primeiro já se encerrou, sobrevivemos, e nosso amigo está no quarto 76 de um hospital, dormindo, com o pescoço imobilizado, duas costelas quebradas, ombro e externo fraturados... mas totalmente VIVO!
Começamos esse ano com um milagre...e por isso já me sinto abençoado...
Paz!

quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

Just chill...

Sons, cores, sensações...forever imaginary, vibrasphere, lógico, um chill out bem tranquilo, despertando minha imaginação, me fazendo sentir nostálgico...algumas lembranças inesquecíveis...meu corpo anestesiado, risadas, abraços, amizades eternas...tempos que não voltam mais, mas que estão guardados no coração...vivemos dias difíceis, mas soubemos lidar, e vencemos...sou apenas grato pela vida e pelos amigos que fazem esse caminho ser mais interessante...............

terça-feira, 16 de dezembro de 2008

"Desde então a tive na mémoria com tamanha nitidez que fazia dela o que queria. Mudava a cor de seus olhos conforme o meu estado de ânimo: cor de água ao despertar, cor de açúcar queimado quando ria, cor de lume quando a contrariava. E a vestia para a idade e a condição que convinham às minhas mudanças de humor: noviça apaixonada aos vinte anos, puta de salão aos quarenta, rainha da Babilônia aos setenta, santa aos cem. Cantávamos duetos de amor de Puccini, boleros de Agustín Lara, tangos de Carlos Gardel, e comprovávamos uma vez mais que aqueles que não cantam não podem nem imaginar o que é a felicidade de cantar. Hoje sei que não foi uma alucinação, e sim um milagre a mais do primeiro amor da minha vida aos noventa anos."

Mémorias de minhas putas tristes, de Gabriel Garcia Márquez.