
Naquela noite eu estava sozinha em casa, a luz fraca tremulava no abajur velho em cima do criado-mudo, meu rosto estava todo banhado em lágrimas, meus olhos vermelhos inchados...eu rasgava com raiva meus medicamentos, os comprimidos caíam no chão todos de uma vez..Corri para a cozinha, peguei uma faca, precisava me sentir viva. Fiz um pequeno corte no pulso, queria ver o sangue escorrer pelo braço, queria sentir dor, mas nunca era maior do que a dor do peito...Já estava tudo planejado naquela noite. Seria no banheiro, na sala, ou no quarto mesmo? Olhei a corda já amarrada com força em uma pedaço de madeira que eu mesma preguei em cima da cama. Não queria correr o risco de arrebentar. Foi tudo certificado, pensado. Coloquei a carta de despedida escrita a próprio punho embaixo da corda. Eu apenas pedia perdão.
Chegou o momento negro, subi na cadeira, cabeça dentro do nó, respirei fundo, o olhos vagos, um turbilhão de lembranças ruins de minha própria vida invadiram aquele último minuto. Pulei. Ainda consegui ouvir o barulho do meu pescoço quebrando, tão frágil, minha visão foi escurecendo como o final de um filme. Desfaleci.
Foi apenas um sonho, nos poucos momentos de sono que tenho, preciso manter a fé, preciso acreditar que vou voltar a sentir paz. Vivo um dia de cada vez, com muita dificuldade, não é fácil todas as noites você ser a única pessoa acordada.
"ficção viu?"
3 comentários:
agora sim..
foi sinistro ler esse post...
profundo medonho...
triste
suicida
kkk
escrever sobre isso e inevitavel,talvez seja revolta,sei la,mas nunca esqueci desses amigos que tu falou,porque sao os que sempre vao ficar,e ja postei uma vez sobre eles..
e bom escrever algo difernete as vezes,a proxima vai ser sobre vc ta?vamo ver se consigo.
Um tempo sem vir por aqui, de cara acabei lendo esse conto. Que tenso! De verdade, fui lendo e algumas imagens passaram pela mente. Ficção ou não, passou pela cabeça de "alguns" um dia. Uns realizaram, outros encontraram força na própria solidão-cotidiana-fatigante.
Um abraço, Tim.
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